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terça-feira, 13 de maio de 2014

O poder da felicidade

Será que alguém já parou para refletir sobre o poder da tão desejada felicidade? Às vezes passamos tanto tempo a buscá-la, que sequer pensamos a respeito de como na prática esse sentimento poderia influenciar a nossa vida e, por consequência, as nossas atitudes.

É óbvio que essa busca incansável reflete na verdade um estado de espírito. Há quem diga que não existe ser feliz, mas sim estar feliz. Outros afirmam que a felicidade é o caminho, e não o destino da caminhada. Alguns argumentam ainda que a felicidade consiste em fragmentos de situações vividas; sendo assim, não é um estado permanente, alterna-se com momentos de tristeza e frustrações.

Uma opinião que sempre trago comigo é que o feliz, de momento ou não, jamais especula maliciosamente sobre a vida do outro. Não maldiz o seu próximo e nem pragueja ou investe contra ele movido por inveja ou qualquer outro sentimento negativo. Porque a felicidade tem vários poderes, entre os quais o de preencher o interior de uma pessoa; de provocar um bem-estar tão grande que não resta espaço para sentimentos negativos. Ao contrário, quanto mais se é feliz, mais se quer que o outro também seja feliz e experimente aquela sensação boa e plena.

Segundo um estudo realizado pelo cineasta europeu Collin Camino, em 2009, cujo título é Reverse Diabetes, ou em uma tradução livre para o português  “Diabetes Reverso”, aponta a felicidade como principal elemento de cura para a doença. Inclusive o estudo levou Camino a criar o instituto “Espírito Feliz” na internet, e seus escritos são seguidos fielmente em 9 países, estando na Inglaterra e nos Estados Unidos o seu maior número de seguidores. Camino é escritor e cineasta por formação, mas dedica boa parte do seu tempo a pesquisar de forma independente os efeitos da felicidade na saúde das pessoas.

De início, o site procurava mostrar a cura para a depressão. Passado algum tempo, depois de muitas pesquisas realizadas pelo cineasta, chegou-se à conclusão de que um estado de espírito feliz tinha o poder de reverter o diabetes também, sem que os pacientes precisassem necessariamente seguir uma dieta rigorosa, abstendo-se de todo tipo de açúcares.

Ora, levando em conta o estudo de Camino e mais o comportamento de algumas pessoas que se dizem felizes, não seria leviano afirmar que só nesse viés temos dois benefícios incríveis que só a felicidade é capaz de proporcionar: o desapego de uma forma maldosa de enxergar a vida alheia e também a cura de doenças.

O problema é quando condicionamos a nossa felicidade à conquista de determinados bens materiais e assim julgamos que não poderemos ser felizes sem eles. Ou ainda, quando depositados em alguém a razão da nossa felicidade — e este talvez deva ser o maior erro de todos, visto que se o outro nos decepciona, nós nos tornamos fonte de amarguras, frustrações e tristezas que nos arrastam para o fundo do poço. Ficamos dependentes do outro para que sejamos felizes.

O que é indispensável que tenhamos em mente é que somos os únicos responsáveis pela nossa própria felicidade, o outro apenas soma, contribui, mas não é capaz de trazer aquilo que não existe em nós originalmente. Como dizia o Marquês de Maricá: Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.”

Depositar no outro todas as nossas expectativas de amor e felicidade quase sempre nos traz graves decepções. A escritora gaúcha Clarisse Corrêa alerta: “Mais amor próprio. Porque antes de amar qualquer coisa ou pessoa você tem que amar você mesmo primeiro.”

Felicidade boa é aquela que nos tira do prumo, da zona de conforto. É aquele tipo que temos até medo de perder, seja até por um vento que soprar na hora errada. É aquela que provoca frio na barriga. Sentimento de eternidade. De gratidão a Deus, à vida e às pessoas queridas que estão ao nosso redor, zelando por nós.

A proposta é: ser feliz e deixar que os outros também o sejam, cada um à sua maneira. Porque cada ser humano é único em sua essência, e somente o próprio indivíduo sabe o que é melhor para si. Não aceitar ou combater a felicidade do outro é negar a si mesmo o direito de cuidar da própria vida e de também tentar ser feliz.

Como diz a canção do Marcelo Jeneci: “Felicidade é só questão de ser.”

Ponto.

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