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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O peso é dado a quem consegue suportá-lo (os verdadeiros heróis)

Nos meus tempos de criança, na adolescência e até mesmo hoje, na fase adulta, ainda consigo ficar empolgado quando vejo os meus heróis do cinema entrarem em ação. A forma como os vilões tecem as suas teias de maldade e o modo como os heróis são capazes de desfazê-las, muitas vezes através de obstáculos quase intransponíveis, me provocam grande entusiasmo.

Um dia quis ser um herói. Imaginei que pudesse usar uma capa, ter asas ou super poderes que me fizessem enfrentar os vilões do mundo. Doce imaginação! Os heróis sempre estariam nas telas do cinema, seus super poderes condenados à ilusão dos efeitos especiais, e suas vitórias repetidas incansavelmente à cada nova exibição feita pelo projetor da sala escura.


Não. Eu estava enganado. Lembrei dos heróis da vida real, que não usam capas nem máscaras. Pensei nas milhares de pessoas no mundo inteiro, vencendo as suas barreiras. As suas lutas não são obras de ficção. Todos os dias estão eles por aí, anônimos, fincando bandeiras de conquistas, superando-se.  Seus vilões não são menos terríveis que aqueles do cinema.


Cada um é herói de si mesmo. Cada um sabe onde o sapato aperta, como se ouve dizer. E não se pode transferir o que é de responsabilidade nossa. Neste sentido, penso na orientação do Messias quando  disse  que  cada  um  carregasse  a  sua  cruz. A Dele era de madeira, cheia de farpas, pesada, e somente Ele seria capaz de suportá-la. Era necessário aquele sacrifício representado pela cruz. Aquele  martírio  estava  destinado a  Ele, que o cumpriu até o fim. E qual seria o nosso?  Qual  seria  a   cruz   que   teríamos  de  carregar?  O  que o destino tinha reservado para nós?

Presumo que Deus-Pai não escolheu um dos  discípulos do Messias para passar por aquele sofrimento porque nenhum deles estaria preparado. Assim é conosco. Nosso fardo é individual e não podemos delegá-lo a outra pessoa. Cabe a nós nos tornarmos heróis dentro de nossa própria história. Porque todos trazem um herói dentro de si.

Certa vez parei para refletir sobre o que eu tinha vivido ao longo desses anos, praticamente desde que nasci. Cheguei à conclusão de que tudo por que passei seria insuportável para algumas pessoas, elas simplesmente não saberiam sair de determinadas situações, não teriam como lidar com certas dificuldades. Por outro lado, eu também não saberia enfrentar muitos problemas pelos quais os outros passaram. Daí vêm à mente aquele famoso “e se...”. E se fosse o fulano no meu lugar? E se fosse  eu  no  lugar  de  fulano?  Como  seria? Acho que em algum momento na vida já nos perguntamos  isso.

Ora, a resposta é muito simples! Nessa longa caminhada o peso só é dado a quem consegue suportá-lo. Algo sempre está destinado a nós.
Penso também que o vencedor nem sempre é aquele que de fato venceu a batalha, mas sim o que soube fazer um bom combate.

Um dia, conversando com uma amiga, desabafei alguns problemas. Questionei para ela por que eu tinha de passar por todo aquele dilema. E ela me falou algo que nunca mais esqueci: “É você quem está passando porque só você é capaz de resolvê-lo. Ele é seu.”

A princípio, a frase da minha amiga poderia soar como algo extremamente egoísta, como se ela fosse insensível ao meu sofrimento. No entanto o que ela disse era uma verdade! Não consegui imaginar alguém tão bem preparado quanto eu para contornar aquela situação. E de fato não havia ninguém. Eu estava assumindo a minha cruz.

Acredito que quando nós ganhamos consciência do nosso papel diante dos problemas que enfrentamos, eles diminuem de tamanho e nós crescemos na mesma proporção. Não podemos nos deixar intimidar de forma alguma. Como um guerreiro da luz que nunca desiste ainda que a batalha pareça perdida. Ainda que o cenário seja desfavorável e assustador. Uma luta não começa quando pegamos as armas; começa quando assumimos  a  nossa  condição  de  lutador  dentro de nós. A figura do lutador nasce antes da própria luta, antes do enfrentamento.

O medo é indispensável para o auto-conhecimento. É através dele que criamos bases sólidas para a batalha. Passamos a delinear onde estão as nossas fraquezas e aprendemos a sobrelevá-las.  Deste  modo,    estão   as   asas  dos heróis da vida real: na capacidade extraordinária   de  vencermos   os   nossos   receios  e  voarmos  como  águia.
Não creio que a vida seja tão injusta, dá-nos a dificuldade, mas junto traz a força magnífica que existe em nós.

Carregar a cruz pode ser uma tarefa muito benéfica, a depender da postura que tomamos diante dos embaraços da vida.
 

4 comentários:

  1. Parabéns pelo blog... vc vai se divertir mto ocm ele...rsrsrsrs

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  2. Lindo demais Thiago...Parabéns.....beijosssssssss

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  3. Sempre aprendo muito com vc Thiago...obrigada. bjsss

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  4. Tudo muito lindo e gostoso de ler e aprender!
    Parabéns, meu doce e querido amigo!! Beijos

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